terça-feira, 27 de agosto de 2013

Mais da metade dos natalenses acima de 18 anos estão acima do peso


Por Carlos Araújo/Da redação Natal

O excesso de peso e a obesidade aumentaram Brasil nos últimos sete anos, é o que aponta a última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2012), divulgado nesta terça-feira (27), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Natal acompanha a tendência nacional. A frequência de obesidade e de excesso de peso na população da capital potiguar passou de 13,1% e 43,3% em 2006, para 21,1% e 52,2% respectivamente. O aumento ocorre tanto em homens quanto mulheres. Na capital do Rio Grande do Norte, o percentual de homens obesos subiu de 16% para 19,9% e com excesso de peso de 50,6% para 54,9%. Entre as mulheres, os índices de obesidade aumentaram de 10,3% para 22,3% e de excesso de peso de 36,1% para 50%.

Na primeira edição do estudo, em 2006, 43,2% estavam acima do peso ideal e 11,4% eram obesos no Brasil. Atualmente, o percentual subiu para 51% e 17,4%, respectivamente. É a primeira vez que mais da metade da população brasileira está acima do peso.

O Vigitel retrata os hábitos da população e é um importante instrumento para desenvolver políticas públicas de saúde preventiva. Nesta edição, foram entrevistados 45.448 mil adultos em todas as capitais e no Distrito Federal, entre julho de 2012 a fevereiro de 2013.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que os dados servem de alerta para que toda a sociedade se articule para controlar o aumento da obesidade e do sobrepeso no país. “Os dados reforçam que a hora é agora. Se não tomarmos - o conjunto da sociedade, familiares, trabalho, agentes de governo - as medidas necessárias, se não agirmos agora, corremos o risco de chegar a patamares de obesidade como os do Chile e dos Estados Unidos. Por isso, temos que agir fortemente", disse.

Alimentação e atividade física

Apesar da obesidade estar relacionada a fatores genéticos, há uma influência significativa do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados no aumento dos índices brasileiros. Forte aliado na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, o consumo de frutas e hortaliças está sendo deixado de lado por uma boa parte da população de Natal. Apenas 22,8% da população ingerem a porção diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais porções ao dia.

Outro indicador que preocupa é o consumo excessivo de gordura saturada: 26,9% da população da cidade não dispensam a carne gordurosa e 44% consomem leite integral regularmente. Os refrigerantes também têm consumidores fieis – 12% dos natalenses tomam esse tipo de bebida ao menos cinco vezes por semana. A pesquisa revela também que 35% da população da capital potiguar praticam de atividade física no tempo livre ou no lazer. Os homens (39,3%) são mais ativos que as mulheres (31,3%).

COMBATE À OBESIDADE

Um dos objetivos do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), lançado em 2011, é deter o crescimento da proporção de adultos brasileiros com excesso de peso ou com obesidade.

Em março, o Ministério da Saúde criou a Linha de Cuidados da Atenção Básica para excesso de peso e outros fatores de risco associados ao sobrepeso e à obesidade até o atendimento em serviços especializados. A Atenção Básica vai proporcionar diferentes tipos de tratamentos e acompanhamentos ao usuário, o que inclui também atendimento psicológico.

A pessoa com sobrepeso (IMC igual ou superior a 25) poderá ser encaminhada a um polo da Academia da Saúde para realização de atividades físicas e a um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para receber orientações para uma alimentação saudável e balanceada. Atualmente, 82,1% dos 1.888 NASFs contam com nutricionistas; 85,7% com psicólogos e 61,6% com professores de educação física.

Toda a evolução do tratamento será acompanhada por uma das 37 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), presentes em todos os municípios brasileiros. O Programa Academia da Saúde é a principal estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população. Até agora, já foram repassados R$ 175 milhões, de um total de investimento previsto de R$ 390 milhões.

A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. Atualmente, há mais de 2,8 mil polos habilitados para a construção em todo o país e outros 155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo Ministério da Saúde. No Rio Grande do Norte, o Ministério da Saúde está investindo R$9,8 milhões na construção de 84 polos em todo o estado.

Do MS