Por outro lado o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reconheceu que alguns investimentos nas cidades-sedes dos jogos marcados para o ano que vem podem ser alvo de irregularidades
A Copa do Mundo de 2014 é uma oportunidade
para o Brasil aproveitar capacidades e superar mazelas históricas,
segundo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Durante audiência na
Subcomissão Permanente da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 do
Senado, ele reconheceu que alguns investimentos nas cidades-sedes dos
jogos marcados para o ano que vem podem ser alvo de irregularidades.
“Não vamos negar ou esconder. A Copa do Mundo é
uma grande oportunidade para o exercício das nossas virtudes,
capacidades, mas ao mesmo tempo grande oportunidade de superar nossas
mazelas e limitações”, reforçou.
Além de críticas das pessoas que simplesmente
não gostam de esporte, o ministro reconheceu que existem aquelas que
questionam a legalidade dos processos. Os investimentos para a
preparação da Copa do Mundo vêm sendo alvo de críticas e denúncias sobre
possíveis irregularidades, como superfaturamento das obras.
Aldo Rebelo aproveitou para reforçar que as
obras dos estádios – privados ou sob gestão dos governos locais - não
recebem recursos diretos do governo federal, mas são beneficiados com
mecanismos criados para os impactos sociais que essas infraestruturas
deveriam representar. Rebelo voltou a destacar estudos de consultorias
estrangeiras que projetaram a geração de 3,6 milhões de empregos no
Brasil a partir dos investimentos nessa preparação.
“Não há dinheiro do governo federal nesses
estádios, mas renúncia tributária, levando em conta os interesses
públicos, como geração de emprego, renda e dinamismo da economia. Para a
indústria automobilística, a renúncia é muito maior do que no caso de
estádios”, disse. Os levantamentos feitos por consultores de outros
países, além de indicar geração significativa de empregos, também
apontam que para cada R$ 1 investido pelo governo, o evento, em si, gera
mais R$ 3,4, com investimentos que dinamizam toda a cadeia envolvida
com a Copa, como o setor de turismo e a mobilidade urbana.
Segundo o ministro, obras de estádios privados,
como os de clubes como o Internacional e o Corinthians, puderam tomar
empréstimos de até R$ 400 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), mas não contrataram o total do limite
permitido. O estádio do Corinthians foi alvo de uma série de críticas
pelo valor estimado para a obra. Aldo Rebelo explicou que o estádio foi
projetado inicialmente para sediar jogos locais e teria um custo inicial
estimado em R$ 400 milhões. Ele disse que quando foi decidido que
seria o estádio utilizado para a abertura do evento, o clube precisou
criar mais 20 mil assentos e áreas especiais para receber chefes de
Estado e jornalistas de todo o mundo.
Rebelo destacou que, no caso de outros
estádios, os investimentos foram feitos a partir de licitações por
etapas, e que isso pode ter causado certa confusão em relação aos
gastos. “Os custos todos estavam previstos, mas não adicionados.
Primeiro, foram feitas licitações para o interior do estádio, depois
para a cobertura e depois do entorno. Quando todas as obras foram
somadas, a ideia era de multiplicação dos custos”, explicou. O ministro
informou que todos os gastos da Copa do Mundo estão sendo acompanhados
por comissões especiais formadas pelos órgãos de controle e
fiscalização, como o Tribunal de Contas da União (TCU), os tribunais de
contas municipais, a Controladoria-Geral da União e o Ministério
Público.
Pelas estimativas do governo, até dezembro
deste ano, todos os 12 estádios estarão concluídos. Em seis arenas, as
obras ainda não foram finalizadas. O governo trabalha com o prazo de
quatro meses para a entrega das estruturas para que possa iniciar os
eventos-testes para a Copa.
Além dos estádios, o ministro lembrou que os
jogos incluem outros gastos, mas que fazem parte de investimentos que já
ocorreriam “com ou sem Copa”, como melhorias da infraestrutura dos
aeroportos, dos serviços de transporte urbano. “Esses gastos estão na
matriz de responsabilidade da Copa, com o objetivo de antecipar a
realização dessas obras para atender à Copa, mas também para beneficiar
as populações das cidades-sede, antecipando esses investimentos”, disse.
Da Agência Brasil.
Da Agência Brasil.