quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Cai aprovação do governo Dilma de 56% para 48%,mostra pesquisa



A pesquisa CNI/Ibope, divulgada na manhã de ontem(10), apontou queda na avaliação pessoal da presidente Dilma Rousseff e, simultaneamente, queda na avaliação positiva de diversas áreas do governo.

A aprovação da forma como Dilma comanda o país passou de 73% na pesquisa divulgada em abril para 67%. Com isso, a taxa de desaprovação subiu de 12% para 25% no mesmo intervalo.

A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

O levantamento verificou aumento do índice de desaprovação do governo em setores específicos. A insatisfação com relação aos impostos passou de 53% em abril para 69%. A desaprovação com o combate à inflação também subiu, partindo de 42% em abril para 56%.

No combate ao desemprego, a taxa dos que desaprovam as políticas governamentais passou de 35% em abril para 47%. Na saúde (aumento do índice de desaprovação de 53% para 69%), educação (43% para 52%), e segurança pública (49% para 65%) também houve variação negativa significativa.

Paralelamente a isso, a confiança na presidente Dilma caiu. Dos entrevistados, 65% disseram confiar na presidente (o índice anterior era de 74%). Com isso, aumenta a taxa dos que não confiam (de 16% em abril para 29%).

No mesmo intervalo considerado de tempo, mais que dobrou o percentual dos entrevistados que consideram o governo Dilma pior que o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (de 13% para 28%).

Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, afirmou que a aprovação pessoal da presidente Dilma e do governo petista ainda é "bastante elevada", comparada aos índices verificados nos governos de Lula e do tucano Fernando Henrique Cardoso.

"Houve, sem dúvida, um pequeno recuo com relação ao levantamento anterior. O momento de março é especial, com a entrada de uma nova administração, momento em que há todo um conjunto de avaliações favoráveis", ponderou.

De acordo com Branco, a avaliação é de que houve um "ajuste de expectativas". "O eleito sai com uma popularidade muito associada à sua vitória eleitoral. Ele decola de um nível muito alto", diz. "[A pesquisa] não mostra a deterioração do serviço de saúde ou da carga tributária, mas a percepção do entrevistado de que não mudou [a situação do país], quando ele tinha a expectativa de que mudaria."

Não é possível dizer com base na pesquisa, continua Branco, que as crises políticas ou as ameaças econômicas tenham influenciado na mudança na avaliação do governo petista. Isso apesar de os entrevistados terem indicado percepção da mudança na política de juros e dos escândalos políticos.

O levantamento mostrou um aumento na percepção de notícias desfavoráveis sobre o governo (de 7% para 25%).

Espontaneamente, os assuntos mais lembrados sobre o governo Dilma foram a crise no Ministério dos Transportes (21%) e na Casa Civil (14%), seguida pela decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que liberou a união estável para casais do mesmo sexo (7%).

A pesquisa foi realizada em todo o Brasil entre 28 e 31 de julho. Assim, a polêmica em torno dos ministérios da Agricultura e Defesa não foi abarcada pelo estudo.

(Por Folha.Com)