Como identificar e tratar esse distúrbio do prazer.
Dependência de sexo, comportamento sexual compulsivo e transtorno hipersexual. Há dúvidas sobre como classificar esses distúrbios.
O “desejo sexual excessivo” entrou para o rol do Código Internacional de Doenças, publicado pela Organização Mundial da Saúde.
A principal marca do vício são as consequências que alguém sofre por causa de sua atividade sexual.
Quando alguém passa todo o tempo pensando em sexo, planejando, fazendo e se arrependendo, em vez de trabalhar, para de estudar, curtir a família, os amigos e outras atividades prazerosas, é sinal de que há algo errado.
Sexo, crack e cocaína
É possível depender de sexo como de cocaína ou crack? Para alguns cientistas, apenas o vício gerado por substâncias externas pode ser chamado de dependência. Outros afirmam que as pessoas podem viciar-se em sexo e outros comportamentos.
As alterações químicas do cérebro durante o ato sexual justificam essa interpretação mais ampla da dependência. O orgasmo ativa, no cérebro, o mesmo circuito do prazer que as drogas e, como elas, libera a mesma substância neurotransmissora, a dopamina.
Gostar de fazer sexo – e fazer com muita frequência – não significa uma relação de dependência com esse tipo de prazer.
Como identificar a dependência?
Ter uma expressão maior da sexualidade, em si, não é um problema. O problema fica flagrante quando essa sexualidade não está funcionando a favor da pessoa e prejudica outras áreas da vida.
Nem sempre quem sofre de dependência sexual consegue identificá-la com facilidade. Em geral, o comportamento compulsivo começa no final da adolescência, início da vida adulta, e vai se agravando ao longo dos anos.
A insatisfação permanece mesmo depois de tanto sexo. É comum alguém com compulsão sexual sentir um vazio, mal-estar ou desânimo assim que o orgasmo termina. Esses sentimentos negativos após o ato refletem, em geral, duas situações problemáticas, segundo os psiquiatras.
A primeira é o uso inadequado do sexo. As relações sexuais são um meio de reprodução, uma fonte de prazer e uma forma de estreitar a relação com o parceiro. E não uma forma de buscar aprovação do parceiro, diminuir a ansiedade antes de uma prova ou descarregar depois de uma bronca do chefe.
Eventualmente, o sexo pode até cumprir essas funções. Mas não pode ser a única estratégia do indivíduo para lidar com essas questões corriqueiras. O que faz diferença é o sentido que atribuímos a ele. E é esse sentido que os pacientes precisam resgatar.
Ter sentimentos ruins relacionados ao sexo é um importante critério para o diagnóstico da dependência sexual.
Pornografia On-Line
Um dos sinais que merecem atenção é o uso de pornografia, especialmente on-line.
Alguns especialistas chegaram a dizer que o mundo digital é o “crack da compulsão sexual”. Mas a internet, sozinha, não é capaz de causar uma dependência de sexo. “A pornografia na internet e a masturbação, por si sós, não são um problema;
A facilidade de acesso a conteúdo adulto pode, é claro, ser tentadora para quem já tem dificuldade de controlar seus impulsos.
Uma das principais dificuldades para o tratamento adequado do vício em sexo é a falta de um interlocutor para falar do problema. Há poucos centros de atendimento especializado,
Com mais informações disponíveis a respeito da dependência sexual, é provável que você busque tratamento mais cedo. E possa falar mais abertamente de seu problema.
Na verdade quando se fala em compulsão sexual, as pessoas levam para a brincadeira ou para o lado moral.
Você é dependente de sexo?
(Do Portal G1)