O caminho está aberto para o ex-deputado Ciro Gomes (PSB-CE) se tornar ministro do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Mas para isso, segundo interlocutores próximos ao governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, dois pré-requisitos precisarão ser preenchidos: a formalização do convite pela petista e o abandono, por parte de Ciro, da ideia fixa de ser candidato a presidente em 2014.
O segundo impedimento, reforçam os socialistas, não é uma imposição do partido pelo fato de o nome de Eduardo também ser cotado para a disputa, mas uma questão de bom senso, já que, na avaliação deles, Dilma não daria um cargo a um potencial adversário político. “Ciro é um bom quadro, jovem e experiente, tem muito a contribuir com o país. Entretanto, Dilma não colocaria em seus ministérios alguém que deseje concorrer à Presidência, nem o PSB iria querer isso”, afirmou um socialista em reserva.
As ressalvas em relação a Ciro soam como resposta a declarações recentes feitas pelo ex-governador do Ceará. Em entrevista no final do ano passado, Gomes afirmou que o PSB tinha perdido a oportunidade de disputar a eleição presidencial. Disse que continuava com o desejo de concorrer à Presidência e que, no momento, ele é o candidato mais forte do partido.
Durante a composição do governo de Dilma, após a vitória de 2010, Ciro Gomes foi cotado para fazer parte da equipe. Na época, ele insinuou que gostaria de comandar o Ministério da Saúde, como compensação por ter desistido de ser candidato. Diante da impossibilidade de assumir a pasta, rejeitou o convite. Agora ele está cotado para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia, no lugar de Aloizio Mercadante (PT).
Procurado pela reportagem, Eduardo tratou de minimizar a questão. Segundo ele, o assunto ainda não foi tratado entre o partido e a presidente Dilma. O governador disse acreditar que tudo se trata de especulação, mas fez questão de enfatizar que, dentro do partido, não existe qualquer impedimento para que Ciro Gomes integre a equipe da presidente Dilma.
