Por Antonio de Paula Batista*
A
região Nordeste do Brasil ocupa uma área de 1.561.177 km²,
correspondente a 18,27% do território brasileiro, dos quais cerca de
962.857 km² situa-se no polígono das secas. A região que compreende esse
polígono engloba todos os estados do nordeste (exceto o Estado do
Maranhão, o Distrito de Fernando de Noronha e algumas áreas úmidas do
nordeste), além do norte de Minas Gerais e o norte do Espírito Santo e
abriga uma população de cerca de 53.081.950 habitantes, equivalente a
27,37% do total nacional, (IBGE, 2010)
A
região produz aproximadamente 16% do PIB brasileiro e seu PIB per
capita corresponde a 56% do PIB por habitantes do Brasil. O nordeste
apresenta algumas singularidades do cenário geoeconômico brasileiro.
Aqui vive aproximadamente metade da população pobre do pais, ou seja,
algo em torno de 8 milhões de nordestinos vivem em absoluta pobreza.
Em
termo geográfico a região mostra-se bastante heterogênea, apresentando
grande variedade de situações físico-climáticas. Dentre estas se destaca
a zona semi-árida, que, além da sua extensão de 878.973 km² (cerca de
57% do território nordestino), singulariza-se por ser castigada
periodicamente por secas. As secas podem ocorrer sobre a forma de
drástica diminuição ou de concentração espacial e/ou temporal da
precipitação pluviométrica anual. Quando ocorre uma grande seca como a
que estamos vivenciando, a produção agrícola se perde, a pecuária é
debilitada ou dizimada e as reservas de água de superfície se exaurem.
Nestas condições, as camadas mais pobres da população rural tornam-se
inteiramente impotente e vulnerável ao fenômeno climático.