No
momento em que o Supremo Tribunal Federal define as penas dos
condenados no julgamento do mensalão, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, afirma em evento em São Paulo que preferiria morrer a
ter que cumprir muitos anos de prisão em algum presídio brasileiro.
A
afirmação sobre a situação do sistema carcerário gerou polêmica ao ser
interpretada como uma tentativa de impedir que os réus do mensalão
cumpram pena em regime fechado. “Essa constatação não pode servir de base para não punir estas pessoas, senão teremos que liberar todos os demais”,
afirma a professora de Direito Penal da USP Janaína Conceição Paschoal.
Segundo ela, o fato de o partido do ministro, o PT, estar há tantos
anos no poder e não ter feito nada para melhorar o sistema penitenciário
é “algo assustador”.
O
diretor-executivo da organização Transparência Brasil ressalta que o
julgamento do mensalão ocorre no poder judiciário e não está subordinado
a José Eduardo Cardozo. “É meramente uma frase de efeito”, diz Claudio Weber Abramo. Ele destaca, no entanto, que o ministro deve ser cobrado pela política carcerária. (Entre Aspas, Globo News)