Ricardo Valota,da Agência Estado
O jornalista Joelmir Beting, de 75 anos, morreu por volta da 1 hora desta quinta-feira, 29, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 22 de outubro para tratar de uma doença autoimune, quando o sistema imunológico ataca e destrói, por engano, tecidos saudáveis do organismo. Ele respirava com auxílio de aparelhos desde o último domingo, 25, após sofrer um acidente vascular encefálico (AVE) hemorrágico. Segundo boletim médico, Joelmir estava em estado de coma irreversível.
Divulgação
Jolemir estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 22 de outubro
O
corpo do jornalista é velado no Cemitério do Morumbi, na zona sul, atpe
as 14h. O velório será aberto ao público e a cremação está marcada para
as 16h no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande
São Paulo. A cerimônia será restrita à família.
Vida e carreira. Nascido
em 21 de dezembro de 1936 na cidade de Tambaú, interior paulista,
Joelmir Beting trabalhava atualmente na TV Bandeirantes, onde fazia
comentários sobre economia e apresentava o programa de entrevistas Canal
Livre. Ainda em Tambaú, chegou a trabalhar como boia-fria. Em 1957
começou a cursar a faculdade de sociologia na Universidade de São Paulo
(USP) e no mesmo ano iniciou sua carreira jornalística na Rádio Jovem
Pan e nos jornais O Esporte e Diário Popular, como repórter esportivo.
Veio
da sua paixão pelo futebol a expressão "gol de placa", uma das marcas
de Joelmir - palmeirense assumido. Depois de um gol marcado por Pelé
numa partida contra o Fluminense, no Maracanã, em 1961, o jornalista
mandou encomendar uma placa de bronze para homenagear o atleta. A partir
de então, narradores de jogos de futebol começaram a sugerir o prêmio a
cada belo gol, o que acabou popularizando a expressão.
Jornalismo econômico. Na
década de 1960, Joelmir resolveu partir para o noticiário econômico. No
final dos anos 60, assumiu a editoria de economia da Folha de S.Paulo.
Em 1970, lançou uma coluna diária, republicada em centenas de jornais
com o selo da Agência Estado. Nesse período, levava notícias da economia
também às rádios Jovem Pan, Gazeta, Bandeirantes e CBN, além de
emissoras de televisão (Gazeta, Record, Bandeirantes e Globo). Com a
coluna, como o próprio jornalista definia em seu site pessoal, explicou o
"economês". "Vulgarizei a informação econômica, fui chamado nos meios
acadêmicos enciumados de 'Chacrinha da Economia'", ironizou.
Em
1991, ele se transferiu para o Estado, onde permaneceu até janeiro de
2004, quando voltou para a Band. Joelmir também escreveu dois livros e
ensaios em revistas semanais e passou pelas tevês Gazeta, Record, Globo e
Bandeirantes.