A grave situação enfrentada pelos
produtores rurais do semi-árido nordestino foi tema de discurso do deputado
federal Fábio Faria (PSD) nesta terça-feira (4) na Câmara, em Brasília. Ele
revelou depoimentos de prefeitos do Rio Grande do Norte que reclamam falta de
apoio do governo federal e do Estado. Essa é considerada a maior estiagem dos
últimos 40 anos na região e atinge cerca de 10 milhões de pessoas.
“A demora e a burocracia nas
ações governamentais anunciadas para socorrer esses nordestinos que vivem no
Semi-árido, e são os que mais sofrem os efeitos da seca, tem agravado a
situação. É preciso agilidade. Os animais estão morrendo por falta de água, por
falta de pasto. Os prejuízos são incalculáveis e, apesar dos vários programas e
ações anunciados pelo governo federal e, no Rio Grande do Norte, pelo Governo
do Estado, boa parte da ajuda não chegou às vítimas da seca”, relata Fábio
Faria, que cobra sensibilidade das autoridades públicas.
O principal problema apontado
pelos produtores é a falta alimento para os animais, o que está causando a
morte do rebanho. A criação de gado, ovinos e caprinos representa a renda de
grande parte dos sertanejos, mas muitos estão abandonando animais, que morrem
de fome à beira das estradas. No Rio Grande do Norte, a estimativa é que 65% do
rebanho morra ou seja vendido antes da hora para abate.
A burocracia não tem permitido
que os financiamentos anunciados pelo governo federal cheguem ao produtor
rural. Conforme a Federação dos Trabalhadores em Agricultura do RN, menos de 10%
dos produtores do Estado tiveram acesso ao crédito emergencial oferecido pelo
governo federal devido à grande exigência para aprovação do cadastro.
Segundo Fábio Faria, os prefeitos
já não sabem a quem recorrer. “A ajuda não está chegando nem na velocidade, nem
na quantidade que seria necessária para o enfrentamento à situação de estiagem,
e alguns municípios já estão entrando em colapso. Faltou preparo do governo
para esse um momento como esse”, completou.