sábado, 25 de fevereiro de 2012

PB: suspeitos de estupro coletivo são levados para cela comum



Os sete adultos suspeitos do estupro de cinco mulheres e do assassinato de duas delas durante uma festa, em Queimadas (PB), foram transferidos nesta sexta-feira para uma cela comum do presídio de segurança máxima PB1, em João Pessoa (PB). Outros três adolescentes são suspeitos de envolvimento nos crimes.

Segundo o secretário estadual da Administração Penitenciária da Paraíba, Harrison Targino, a natureza dos crimes exige determinados cuidados, o que motivou o período de isolamento a que os suspeitos foram submetidos até agora. Havia o temor de risco à integridade dos homens caso dividissem celas com outros presos. "Mas eles já estão em celas comuns, tratados como prisioneiros comuns e à espera de decisão da Justiça", disse o secretário.

Targino recomendou à direção do PB1 os cuidados necessários para que o sistema prisional garanta a integridade física dos suspeitos, bem como dos outros detentos. O PB1 e o PB2, que formam um só presídio, têm capacidade de 700 detentos e, atualmente, abrigam cerca de 640 detentos.

Na madrugada desta sexta-feira, houve um princípio de tumulto no presídio. Agentes de segurança penitenciária e policiais militares de plantão no PB1 ouviram um barulho em três celas. A secretaria acionou o Grupo Penitenciário de Operações Especiais da Paraíba (Gepoe) e pediu reforço policial, controlando a situação posteriormente. Não foi informado se o tumulto tem relação com a presença dos suspeitos do caso de Queimadas.

Indiciamento
Na quarta-feira, a Polícia Civil em Campina Grande, que investiga o caso, indiciou os 10 suspeitos pelos crimes. Para a polícia, o crime foi planejado por dois irmãos que estão entre os presos. Eles teriam organizado uma festa de aniversário para atrair mulheres para serem abusadas.

Conforme a investigação, um dos irmãos assediava, sem ser correspondido, uma das vítimas. Eduardo dos Santos e o irmão, Luciano, teriam combinado com comparsas de simular um assalto durante a festa. No início da madrugada, quatro homens armados e encapuzados invadiram a comemoração e estupraram cinco mulheres. Segundo a polícia, eles tiveram o auxílio de mais dois homens que já estavam na festa para levar as mulheres para um dos cômodos da casa. Depois que as vítimas foram trancadas, Luciano e o irmão também teriam ido até o aposento para participar do estupro.

O grupo fugiu em dois carros, levando como reféns a secretária Michelle Domingos, 29 anos, e a professora Isabela Pajuçara, 28 anos - mais tarde encontradas mortas. Elas teriam sido assassinadas porque reconheceram os irmãos.