domingo, 10 de novembro de 2013

Cruzeiro vence o Grêmio, tem título adiado, mas torcida grita: 'Tricampeão'

Raposa derrota os gaúchos por 3 a 0, no Mineirão, porém não garante o título em razão da vitória do vice-líder Atlético-PR sobre o São Paulo

Por Belo Horizonte

O domingo parecia ter sido desenhado para o cruzeirense. Céu azul, rostos azuis, cabelos azuis, camisas azuis que fizeram correr mais forte o sangue azul e pulsar mais rápido os corações azuis de milhões de pessoas. Belo Horizonte amanheceu eufórica. Buzinas e fogos de artifício ecoavam. Só se esqueceram de convidar o Atlético-PR para a festa. O Cruzeiro venceu o Grêmio por 3 a 0, porém o Furacão bateu o São Paulo pelo mesmo placar e adiou a oficialização do tricampeonato. Mas não adiou a festa. Deixou a Raposa 99,99...% campeã. Futebol não é matemática, números não têm emoção e não compreendem a energia trocada entre torcedores e jogadores no Mineirão. Eles sabiam que era a única chance de sacramentar o título em casa, já que os próximos três jogos serão longe: Salvador, Uberlândia e Rio de Janeiro.
Por isso, deram de ombros para o resultado de Curitiba e festejaram como se o time já fosse tri. Atletas abanando as camisas ao som do povo, numa despedida épica de um campeonato que alguns chamaram de “sem graça”. Só se for para os rivais.
Borges comemora gol do Cruzeiro contra o Grêmio (Foto: Marcos Ribolli)Borges comemora o primeiro gol da vitória cruzeirense sobre o Grêmio (Foto: Marcos Ribolli)
Como se esses jogadores, em quem pouco se apostava no início do campeonato, já estivessem na galeria de heróis ao lado de Tostão, Alex e companhia. Basta à Raposa vencer o Vitória na próxima quarta-feira. E, se perder, será campeã caso o Atlético-PR não derrote o Criciúma fora de casa.

Se os atletas são obrigados a esperar para gritarem “é campeão” sem nenhum pudor, a torcida fez isso desde a chegada do ônibus do time ao Mineirão, em meio a um mar evidentemente azul. O povo riu a toa, bateu palmas para ex-jogadores como Sorín, Ricardinho e até Dida, que defendeu o rival Grêmio. Mesmo assim, foi ovacionado.
Assim como outro goleiro. Fábio parou o Tricolor Gaúcho no segundo tempo. Garantiu a grande vitória, que teve o dedo de Marcelo Oliveira e os talentosos pés de jogadores que se encaixaram num quebra-cabeça quase perfeito.
O Grêmio, que só disputou 45 minutos em bom nível, vê a vaga na Libertadores cada vez mais ameaçada por Goiás e Vitória. Na quarta, os gaúchos vão enfrentar o Vasco em Porto Alegre.