Começar do zero. Essa foi a proposta levada nesta terça-feira (14) ao empresário José Venâncio Flor, dono da Riograndense, pelos mais de 150 funcionários demitidos, no último domingo (12), quando a empresa decretou falência. De acordo com Rogério Pinheiro, motorista há 18 anos, a ideia seria colocar em circulação os ônibus que atualmente se encontram na garagem da empresa para que ele e os demais funcionários não ficassem na rua.
“Nós estamos literalmente na rua, sem trabalho. Fizemos a proposta de assumir os ônibus e colocá-los em circulação, deixando para trás o tempo de serviço, que muitos aqui passam dos 10 anos. Nos comprometemos em assumir as linhas, inclusive, colocando combustível nos carros para a primeira rodada do dia. Com o dinheiro arrecado iríamos abastecendo os veículos, mas ele negou. Disse que só aceitaria se ficássemos responsáveis por toda a dívida da empresa acumulada nos últimos anos, o que é um absurdo”, disse.
Motoristas se concentraram na garagem da Riograndense, na tarde desta terça
Sem acordo, na manhã desta terça-feira a Riograndense, em reunião realizada na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) disse não ter condições de pagar os direitos trabalhistas dos funcionários demitidos, alegando que seus bens estão empenhados. “E nós, como ficamos nessa situação?”, indaga o funcionário, com 11 anos de serviço, Raimundo Alves Costa.
Ele foi o último motorista a deixar o ônibus na garagem na madrugada do domingo (12). Segundo o funcionário, quando chegava à garagem por volta da 1h30, o dono da Riograndense, Venâncio Flor, já estava no local acompanhado do ex-proprietário da empresa Conceição, Márcio Passos. “Os melhores ônibus já haviam sido retirados”, conta.