segunda-feira, 1 de julho de 2013

Dilma não é mais a mesma


O povo brasileiro mandou avisar à presidente Dilma que, se o seu governo não mudar para melhor, ela não terá o direito à reeleição.
Essa é a leitura direta da pesquisa Datafolha publicada sábado (29.06)  pelo jornal Folha de S.Paulo, que aponta para queda da popularidade da presidente em 27%.
Ela despencou de 57% (bom e ótimo) para 30% em um período de três semanas, exatamente no momento em que a população saiu às ruas para mostrar seu mau humor com o governo que não consegue dar uma resposta aos problemas da saúde, educação, segurança, transporte público, corrupção e da economia ameaçada pelo dragão da inflação. Não há como contestar esse quadro.
O brasileiro está decepcionado com o governo Dilma e exige resposta urgente.
Observe que o inferno astral da presidente não é consequência de uma oposição ferrenha, até porque ela governa com um arco de partidos gigantesco que há tempo calou a voz dos contrários. A reprovação do governo vem das bases, do tecido social, das ruas mesmo, depois da tolerância de longos meses.
Os números da Datafolha mostram isso.
Em março deste ano, a popularidade de Dilma batia a casa dos 65%. Imaginava-se uma marca imbatível, embora nos bastidores já fosse possível identificar o mau humor dos brasileiros.
A queda radical de Dilma se assemelha à experiência negativa de Fernando Collor de Mello, quando a imagem do seu governo desceu 35 pontos – de 71% para 36%, puxado pelo confisco da caderneta de poupança, entre março e junho de 1990.
Pois bem…
Dilma já sabe que não está bem, que o seu governo não está bem e que precisa fazer algo urgente para reconquistar a confiança.
O primeiro passo: encontrar a receita para equilibrar a economia brasileira. Não será fácil. O Banco Central rebaixou a previsão do PIB anual e elevou a da inflação. Segundo a Datafolha, a avaliação positiva da gestão econômica de Dilma caiu de 49% para 27%. Se não ocorrer um milagre de o “PIBinho” se transformar em “PIBão”, a presidente dificilmente voltará a ser o que era antes.
Segundo passo: dar resposta urgente às demandas públicas reclamadas pelas manifestações. Não será fácil. O governo carrega nas costas uma estrutura pesada, com mais de três dezenas de ministérios que servem para acomodar os partidos aliados, mas que pouco produzem.
Terceiro passo: engolir a arrogância de um governo que se acha absoluto. Essa, talvez, seja a tarefa mais difícil, se observar o perfil do PT-poder. Há tempo para recuperação, mas é preciso acelerar o passo.
2014 está bem aí.

Por Blog Cesar Santos