Os Alves mandaram recado 48 horas depois de o deputado federal João Maia, presidente estadual do PR, se lançar candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo PMDB.O líder da tradicional família-política, deputado Henrique Alves, mandou avisar ao republicano que no anúncio do candidato a governador, previsto para a próxima sexta-feira (28), não constará o nome do vice.
Os observadores da cena política-sucessória atribuem o “escanteio” ao fato de João Maia ter ido com muita sede ao pote, uma vez que além de se confirmar na chapa majoritária, lançou a candidatura da irmã, médica Zenaide Maia, à Câmara dos Deputados.
Ou seja, João Maia quer ser vice do PMDB mas não abre mão da vaga na Câmara, escolhendo a irmã para ocupar a sua cadeira.
Os Alves não aceitam a gula política de João Maia porque já estavam negociando a vaga do republicano na Câmara Federal com o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta (PROS), que quer eleger o filho Rafael Motta (PROS) deputado. O herdeiro da estrutura da Assembleia Legislativa entraria no espaço de João Maia dentro no chapão sonhado por Henrique Alves.
O recado foi dado.
Resta aguardar, agora, se até sexta-feira João Maia convencerá Henrique que não pode abrir mão da vaga na Câmara dos Deputados, ou se Henrique convencerá João de que a vaga é importante para segurar o aliado Ricardo Motta.
Em tempo: Henrique já prometeu a “eleger” pelo menos sete deputados federais, dentro do processo do “chapão” para fortalecer o seu nome ao Governo do Estado: Walter Alves (PMDB), que seria o seu herdeiro na Câmara, Fafá Rosado (PMDB), Felipe Maia (DEM), Rogério Marinho (PSDB), Rafael Motta (PROS), Sandra Rosado (PSB) e Paulo Wagner (PV).
A reação de João Maia, lançando a candidatura da irmão Zenaide à revelia dos Alves, parece uma mostra de que existe pouca tampa para muitas garrafas.
-Por César Santos
