sábado, 11 de maio de 2013

Mapa detecta mais fraudes no leite


A fiscalização federal detectou a presença de formol em duas de 30 amostras de leite cru coletadas durante a Operação Leite Compen$ado, na quarta-feira, 8, e de antibiótico em uma de cinco partilhas de leite em pó recolhidas para análise durante fiscalização de rotina.
Alex RégisTransportadores adicionavam substâncias proibidas no leite cruTransportadores adicionavam substâncias proibidas no leite cru

O resultado das análises que indicaram a adulteração com água e uréia, produto que contém formol, foi divulgado pelo Ministério da Agricultura, em Brasília, ontem, quase ao mesmo tempo em que a superintendência regional da pasta revelava a presença do medicamento no leite em pó, em Porto Alegre.

Os novos dados se somam aos descobertos durante a Operação Leite Compen$sado, do Ministério Público Estadual, que apontou que adulterações do leite feitas por transportadores acabaram chegando ao produto vendido ao consumidor e fez três indústrias retirarem do mercado oito lotes que haviam enviado ao varejo. Em decorrência da operação também foi suspensa a comercialização de outras quatro marcas que tinham produtos envasados em uma só indústria.

As investigações indicaram que alguns transportadores que compram leite dos produtores para revendê-lo à indústria adicionavam água à bebida e, para driblar as análises feitas pelas empresas, acrescentavam uréia, que, por sua vez, contém formol, substância considerada cancerígena. Com isso, conseguiam aumentar o volume que entregavam para beneficiamento em até 10% e lucrar mais.

Antibióticos

O superintendente regional do Ministério da Agricultura, Francisco Signor, disse que a presença de antibióticos em amostras de leite é proibida e não era detectada desde o início dos anos 1990 no Estado. Não informou, no entanto, em qual empresa a irregularidade ocorreu. Vai esperar que novos testes, de contraprova, confirmem ou neguem o resultado dos primeiros.

As duas amostras que comprovaram a presença de formol foram retiradas de caminhões que estavam levando leite para postos de resfriamento em Selbach e Crissiumal, no noroeste do Rio Grande do Sul. Depois de colher as amostras, a fiscalização encaminhou o produto para uma cooperativa com equipamentos adequados para transformá-lo em leite em pó.

Os proprietários dos 28 lotes com amostras negativas poderão retirá-los. Já as empresas que receberiam os lotes dos quais foram retiradas amostras positivas serão multadas e submetidas a regime especial de fiscalização até comprovarem que não estão processando leite adulterado, informou Signor.

A Operação Leite Compen$ado prendeu oito pessoas na quarta-feira e uma na quinta-feira, 9. Duas foram liberadas no mesmo dia, depois de prestar depoimento. Outras seis foram levadas do presídio de Espumoso para a sede do Ministério Público em Tapera, para depoimento, ontem. A adulteração afetou lotes das marcas Italac, Mumu, Líder e Latvida. O Ministério da Agricultura vai realizar fiscalização em outros estados do país.