quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Realidade e ficção

A realidade é que no governo Lula o Brasil mudou. A ficção é que isso só foi possível por que Lula seguiu a política econômica do governo FHC. Ora minha gente, ainda existe alguns que tentam minimizar os avanços, em todas as áreas, que estão acontecendo no governo Lula, com o argumento de que a política econômica e social do atual governo é a mesminha do governo FHC.
Isto é pura ficção, hoje, o Brasil é outro país, o neoliberalismo que foi a política marcante dos governos Collor e FHC, com o desmanche do estado, foi banida do país. Só isso em si já é um grande diferencial de modelo de governo, do atual para o anterior.
A política de inclusão é outro dado importante do atual governo e um dos motivos da grande popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, popularidade essa beirando os 90% de aceitação do seu governo pela população brasileira. Marca essa só possível diante da realidade econômica e social que Lula conseguiu emplacar e isso não é ficção, basta ir aos supermercados ou uma agência de viagem para comprovar essa realidade O povo brasileiro não é burro, lembra do final melancólico do governo FHC, situação de penúria em que ele deixou a economia do país e o povo brasileiro. A realidade era outra, diminuía a classe média e aumentava a pobreza, hoje aumenta classe média, diminuem a pobreza e a miséria, dados do IBGE e do Banco Mundial.
Essa história de que o atual governo apenas manteve a política econômica e social do governo anterior, aí sim, é uma verdadeira ficção, é uma balela, a realidade é outra, os avanços econômicos e sociais alcançados pelo governo Lula só foram possíveis por que ele mexeu na política econômica, mudando radicalmente o enfoque dos objetivos dessa política, crescimento econômico com inclusão social passou a ser a meta principal. O país começou a investir em setores vitais, geradores de emprego e renda para o nosso povo, basta ver o boom da construção civil, esse um exemplo marcante de diferenciação do atual governo para o governo anterior (FHC).
E o investimento maciço na educação pública? Para salvar as universidades federais que foram praticamente sucateadas no governo do professor FHC o governo Lula teve que investir pesado nessa área. No governo do operário Luiz Inácio da Silva foram recuperadas com investimento importantes as universidades federais, investimentos feitos na sua expansão, na infra-estrutura e na contratação de novos professores. Hoje, as universidades federais vivem o melhor momento da sua história. No governo neoliberal de Collor/FHC a única política para esse setor foi o PDV – Programa de Demissão Voluntária, um programa privatista e anti-Brasil.
As nossas antigas Escolas Técnicas Federais, que no governo FHC era proibido à criação de novas unidades, no atual governo tiveram um crescimento extraordinário em todo o Brasil, para que isso acontecesse o governo Lula teve que modificar essa famigerada lei, hoje os Institutos Federais de Educação se espalhou por todo o Brasil, é uma realidade positiva, basta dar uma olhadela na sua expansão aqui no nosso estado para comprovar a diferença entre o governo Lula e o governo FHC, desmentido o argumento de que o atual governo seguiu o modelo neoliberal do governo passado.
Eu nem falei na mudança ocorrida do nosso relacionamento com o FMI, de país devedor para país credor, nem na projeção que o Brasil ganhou no exterior passando a ser protagonista na política internacional, sendo elogiado pelas principais lideranças mundiais pela postura correta diante das questões do interesse da paz mundial e do combate a fome. Tema para um artigo que será publicado brevemente.
Para concluir essa pequena reflexão, transcrevo trecho de um excelente artigo do jornalista e escritor Washington Araújo, publicado em Carta Maior com o titulo “Os Anos Lula e as mentiras que pareciam verdades”, aonde ele diz: “Aprendemos que para ser um bom Presidente da República há que se fiar muito na competência e na formação adquirida ao longo da vida. Há que confiar muito na experiência e tarimba conseguidas através do exercício de cargos executivos, de preferência, começando como prefeito, passando a governador e de lá a presidente. Se no meio tempo tiver sido deputado estadual, senador... ainda melhor. Pois bem, Lula contrariou tudo isso. Nunca foi prefeito e muito menos governador. Só foi eleito para a Câmara dos Deputados. E como Deputado Federal causou estupefação com aquela famosa frase depois adotada pela MPB: “o Congresso Nacional abriga 300 picaretas”. Sua competência só podia ser mensurada pela passagem na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Em ambiente tão improvável ele criou um partido político, formou lideranças populares, liderou conglomerado de siglas partidárias, perdeu três eleições para Presidente (1989/1994/1998) e se elegeu presidente duas vezes (2002/2006). Lula provou que ter sorte é mais que mero acaso. A trajetória de Luiz Inácio Lula da Silva é em si mesma, um vigoroso libelo contra algumas mentiras que parecem verdades.
Lula é o brasileiro que mais vezes se candidatou à presidência da República, sendo candidato a presidente cinco vezes. Curioso constatar que em 2006 ultrapassou Rui Barbosa, que se candidatou quatro vezes. Pois bem, de tanto ouvirmos as mentiras chegamos a pensar que eram verdades. E assim, gerações após geração de brasileiros descobriram outro Brasil possível. Aprendemos a ver sentido na expressão “nunca antes na história deste país” porque Lula vestiu estas palavras com novos significados. Queiramos ou não foi isso o que aconteceu.
O Brasil mudou para melhor, essa é a realidade, a ficção é querer dizer o contrário. Mesmo assim as mentiras continuam a turma do PIG (Partido da Imprensa Golpista) e a direita não tem jeito, vão continuar apanhando.

Antonio Capistrano é ex-reitor da Uern, filiado ao PCdoB, Escritor, Ex-Deputado Estadual e Ex-Vice Prefeito de Mossoró.


(por Bastidores da Politica)