sábado, 20 de agosto de 2011

SP: Câmara de Vereadores aprova cassação do prefeito de Campinas

No depoimento à comissão, Hélio defendeu a esposa, ex-chefe de gabinete na época das fraudes e acusada de chefiar o esquema de corrupção. A minha .... Foto: Rose Mary de Souza/Especial para Terra

Depois de 46 horas de uma sessão ininterrupta, que começou as 9 horas de quinta-feira (18), foi cassado o mandato do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), por improbidade administrativa. Apenas o vereador Sergio Benassi (PCdoB) votou a favor do prefeito. Os outros 32 optaram pelo seu afastamento. O vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT) assume a vaga.

O processo da Comissão Processante (CP) contou com 1.649 páginas, integralmente lidas em plenário. Conforme a CP, o prefeito é apontado como omisso nas irregularidades em contrato de licitações da empresa de abastecimento de água, a Sanasa, em liberação de loteamentos e empreendimentos imobiliários e na instalação de antenas de telefonia celular.

Os vereadores decidiram em consenso suprimir a leitura das 608 folhas correspondentes as cópias das investigações, sob sigilo judicial, conduzidas pelo Ministério Publico. E ainda, que a peça fosse lida sem intervalos, o que obrigou os oradores a se revezarem e atravessarem o dia, noite e madrugada.

Dr. Hélio, como é popularmente conhecido o médico-pediatra em sua vida pública, estava no segundo mandato como prefeito daa cidade, que possui mais de 1 milhão de habitantes. Em 2008, ele assumiu o cargo após vencer no primeiro turno com 67% dos votos de um eleitorado de 700 mil pessoas. No dia da posse, possuía 12 partidos coligados, que o ajudaram a eleger 26 dos 33 vereadores da Câmara.

A CP foi aprovada em 23 de maio por unanimidade dos votos do Legislativo, três dias após uma megaoperação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e a Corregedoria da Policia Civil, que cumpriram mandado de prisão preventiva para 22 pessoas ligadas ao primeiro escalão da prefeitura.

Uma semana depois, outra operação conjunta entre Gaeco e polícia resultaria no pedido de prisão da primeira-dama e ex-chefe de gabinete, Roseli Nassin Jorge Santos, e na prisão, ao desembarcar no Brasil, do vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), que é acusado de receber propina de empresários. Vilagra, no entanto, já foi colocado em liberdade.

(POR Rose Mary de Souza)