quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
A festa de Reis é tradição cristã
O Dia de Reis é uma comemoração da tradição cristã, marcada pelo presente dos Reis Magos entregue a Jesus Cristo. Baltazar saiu da África, levando mirra, um presente ofertado aos profetas. A mirra é um arbusto originário desse país, onde é extraída uma resina para preparação de medicamentos.
O presente do rei Gaspar, que partiu da Índia, foi o incenso, como alusão à sua divindade. Os incensos são queimados há milhões de anos para aromatizar os ambientes, espantando insetos e energias negativas, além de representar a fé, a espiritualidade. Melchior ou Belchior partiu da Europa, levando ouro ao Messias, rei dos reis. O ouro simbolizava a nobreza e era oferecido apenas aos deuses.
Em homenagem aos Reis Magos, os católicos realizam a folia de reis, que se inicia em 24 de dezembro, véspera do nascimento de Jesus, indo até o dia 06 de janeiro, dia em que encontraram o menino. A folia de reis é de origem portuguesa e foi trazida para o Brasil por esses povos na época da colonização.
Enfeitados, mascarados e a morte do boi
O Boi Calemba é a versão potiguar do Bumba-meu-boi nordestino. Ele foi registrado por diversos folcloristas, como Cascudo e Mário de Andrade, no início do século passado. O Boi Calemba apresenta-se normalmente com dezessete figurantes, incluídos neste número os músicos do conjunto.
Os integrantes são classificados como Enfeitados ou Mascarados. O primeiro grupo é composto pelo Metre da brincadeira, os Galantes (seis a oito) e as Damas (dois garotos travestidos de mulher), responsáveis pelo lado sério do espetáculo, cantando velhas cantigas do século XIX, como as louvações, saudações, benditos e baianos.
Entre uma estrofe e outra, da mesma cantiga, dançam animados baiões, ao som da rabeca e, entre uma cantiga e outra, declamam loas e contracenam com os Mascarados. Decoradas com fitas coloridas e espelhos, as roupas dos galantes impressionam pelo efeito visual.
Os Mascarados (rosto pintado) encenam a parte cômica do espetáculo, eles são três: o Mateus, o Birico e a Catirina. O trio apresenta-se trajando roupas velhas e surradas, o rosto besuntado em tisna, evocando sua condição de vaqueiros-escravos da saga da pecuniária nordestina.
No Boi Calemba atual, está sendo esquecido o episódio da morte do boi, momento dramático de toda a brincadeira. O auto limita-se hoje, quase só aos cantos iniciais de louvação e aos baianos que antecedem a saída das diversas figuras (bichos e fantasmas) ou que acompanham, na sua apresentação, encerrando-se pelos cantos de despedida, entoados por todos.
Entre os bichos, destacam-se o Boi, o Bode, a Burrinha, o Gigante e o Jaraguá. A orquestrinha é composta, em geral, de rabeca, pandeiro e mais um instrumento de corda ou sanfona.