domingo, 23 de janeiro de 2011

Marcas da terra da onça





Em Santo Antonio, há alguns anos atrás, o agito das pessoas era algo fenomenal. No centro, nas praças e no clube da cidade, todos se viravam como podiam, e a graça desse tempo é que não se via violência entre nós da população.

Qualquer que fosse a atividade do morador da cidade de Santo Antonio, independente de sua classe social, a gente observava um respeito ao ser humano, que trazíamos de nossa própria casa, e uns com os outros, não importando se fossem idosos, adolescentes, jovens ou mulheres. No local em que trabalhávamos, nossa amizade com eles, funcionários e patrões, se processava na maior naturalidade.

Não sei se essa observação era pessoal, em se tratando de um jovem em torno de seus 15,16 anos. Penso que essa atitude era geral. Nossa geração era movida por bons sentimentos patrióticos, respeitava-se a bandeira nacional, os hinos e as datas em que se comemoravam a nossa independência e a república brasileira. Nós, jovens, não dávamos muita bola para as drogas, pois tínhamos as novidades do mundo da arte, do som, da bossa nova, do rock e das grandes bandas(Tártaros e Tigres) do saudoso Zarinho, com quem trabalhei.

Nós nos apegávamos à moda: cabelos compridos, calças boca de sino e nos vestíamos com capricho, talvez para imitarmos os ídolos e merecer a atenção das garotas, meninas que vibravam com o ritmo frenético das musicas e nós, seguindo essa trilha, nos esmerávamos para acompanhar a moda.

Nos domingos é que geralmente damos aquela caprichada no visual íamos a missa e saíamos em busca de aventuras amorosas, nas festinhas muitas americanas como algumas eram chamadas. Mesmo não sendo convidado, agindo como "penetras", dava-se um jeito da gente entrar. Não lembro de ver nesses encontros, atos de vandalismo; era normal, muito normal a gente se dar bem ou "mal" com as garotas numa disputa bastante alegre e democrática.

Hoje a gente se aborrece, quando a nossa "juventude", apela para a depredação, muita bebida e drogas, demonstrando falta de respeito e educação consigo mesmo e para com os outros. Nós, os santoantonienses dos anos 60,70,80..., somos bem entendidos nessa questão. Nós entendemos como ninguém o que seja a vida social. Portanto, aprendam conosco: ainda é tempo.

Claro que hoje em dia a gente também vê, com muita alegria, jovens se destacando em suas profissões e seus estudos, numa época bastante concorrida para eles. Esses são exceções que o viver de sua existência deixará, com certeza, marcas profundas.

Independentemente de ontem eo de hoje amo essa terra da onça.

Audy Acciole.