segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
EU VI O NOVO ACONTECER
Em gestos simples, pequenos,
Eu vi o novo acontecer!
Aos olhos desavisados
Podem até nada valer,
Mas todos encerram virtudes!
Quais? Você vai saber responder!
Na rua, alguém se curvando
Sobre um pobre coitado, sozinho,
Estende-lhe sobre o seu corpo
Um cobertor bem quentinho
E sem que ele se apercebesse
Deixou-lhe de brinde um carinho.
Dançava uma ciranda animada
Quando sobre seu colo caia
O olhar de uma linda morena...
Num impulso, ao seu colar renuncia
E no pescoço da garota, deixou,
Para sempre, a rica bijuteria.
Para o seu aniversário convidou
Os seus amigos e parentes.
No convite recomendou
Não lhe trouxessem presentes.
A cada um mandou uma lista
Das instituições mais carentes.
Servidor Público propôs
Que se desse um basta afinal,
Nas comemorações natalinas
Com recurso federal...
E todos tiraram do seu
Para festejar o Natal!
Na Avenida congestionada
Estressar-se é uma constante.
Ao lado do motorista
Observei-o gentil, elegante.
Escutou mil impropérios,
Tranqüilo, seguiu adiante.
Com os seus oitenta anos
Achou por bem participar
Do projeto, plante uma semente,
Arborize o seu lugar!
Disse, esta árvore não vou ver
Mas outros vão ver e provar.
Exemplos assim pequeninos
São belos sinais de esperança
De grande alcance e valor!
Feitos com perseverança
Fazem o novo acontecer!
São fermento! São mudança!
(Por Eri Paiva)