segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Casal é encontrado morto dentro de cisterna da própria casa na Paraiba
Um crime bárbaro ocorreu na região da Borborema, na Paraíba, e chamou a atenção por todo o mistério envolvendo as duas vítimas e os motivos que envolvem a tragédia.
O casal de aposentados Maria de Lurdes Ferreira, 64 anos e Gilvan Medeiros Vieira, 69, foi assassinado com requintes de crueldade no distrito de Jenipapo, na parte pertencente ao município de Puxinanã, na Rua do Cipó.
Há cerca de um mês o casal estava desaparecido da comunidade e só na sexta-feira, dia 20, os familiares resolveram entrar na casa e procurar pelos dois. Maria de Lurdes e Gilvan foram encontrados mortos, dentro de uma cisterna. Ela em completo estado de putrefação, despedaçada, ele ainda estava inteiro, com um pano enrolado no pescoço, o que indica que ele pode ter sido assassinado por estrangulamento.
De acordo com a perita criminal Késia Oliveira Cavalcante, a princípio não tem como identificar a forma como Maria de Lurdes foi morta, pelo fato de seu corpo estar completamente despedaçado, dificultando a perícia. Os corpos em estado de putrefação diferentes podem indicar que ela morreu alguns dias antes de Gilvan, o que levanta indagações sobre os motivos do crime.
Onde Gilvan estava enquanto sua mulher era assassinada? Por que ela foi escolhida para ser morta primeiro? Esses são questionamentos que só a investigação poderá responder.
Dentro da casa não havia indícios de que eles tenham sido assassinados no local. De acordo com a perícia, o crime pode ter acontecido no quintal da residência. Nas paredes da sala da casa onde os corpos foram encontrados, os possíveis assassinos ainda deixaram mensagens para a família, que diziam: "Vão mi paga Ana e Sebastião e otros" e "Dia 18/07/2010 dois safado já era" escritas com carvão, indicando que talvez, as mortes não parem por aí.
Ana e Sebastião são irmãos de Maria de Lurdes, e de acordo com outra irmã deles, Maria Carvalho Genuíno, "nenhum deles fez nada com ninguém, meus irmãos são pessoas pacíficas, eles não fizeram nada, não sei porque os nomes deles estão lá", relatou. A frase que se refere a uma data, pode indicar o dia em que Gilvan foi morto, já que diz que os dois "já eram".
Maria Carvalho Genuíno conta que Gilvan sofria de depressão, tomava remédios controlados e estava para fazer uma cirurgia fora da cidade. O tempo foi passando e a família de Maria de Lurdes, boa parte residente em Jenipapo, começou a se preocupar com a ausência do casal e ligou para outros familiares que moram no Rio de Janeiro e em São Paulo para saber se os dois teriam viajado para a casa de algum deles.
(Por Jitana Cardins, Especial para o Diário da Borborema)