terça-feira, 22 de junho de 2010

Eita ,ta chegando o Sao João


Sao Joao

A Origem

As festas juninas tem grande influência agrária. Isto significa que estão ligadas à terra, e à sua fertilidade.

Trazido para o Brasil por influência portuguesa, o festejo é resultante da aglutinação dos cultos pagãos em louvor a terra como a data de nascimento do santo católico João, que foi o preparador da vinda de Cristo. Por outro lado, os pesquisadores do folclore junino consideram Portugal como o país que conseguiu reunir ao seu espírito religioso as crendices, adivinhas, agouros e superstições de cultos desaparecidos, muitos deles de origem pagã.

Pela mão do colonizador, o costume de festejar São João entrou para o Brasil e ficou. Do ambiente rural passou para a cidade. Nela se procura, entretanto, sempre reviver os costumes rurais. Daí os trajes, a comida, a música, a dança, e o jeito de falar que nos remetem ao colonizador.


A Dança

Sempre ligada a expressão de alegria, tristeza, ou dor, está a dança também presente nas comemorações do ciclo junino.

Uma delas se destaca pela freqüência com que ocorre e pela alegria: é a Quadrilha.

QUADRILHA – QUADRILLE

Por volta de 1820 a quadrilha já era dançada no Brasil. O costume vindo da Europa, como dança aristocrática, trazia porém a influência de antigas danças folclóricas da Inglaterra, onde desde 1815 já era dançada, sendo porém de origem francesa.
Surgida na França no século XVIII, a quadrilha originalmente se resumia em seis passos, conhecidos na época como:
- pas d'éte;
- poule;
- pastourelle;
- pantalon;
- boulangère;
terminando com o galop.

Veio para o Brasil pelas mãos dos mestres de orquestra de danças francesas.

Por longo tempo o "marcador", nome dado ao elemento que enumerando as suas diversas partes, determinava a realização da dança, orientava a mudança dos passos em francês.

Começando com a leveza do "Caminho de Damas", terminando com um galope que expressava toda a alegria dos pares que dançavam.Sendo uma dança eminentemente coletiva, sua perfeição se deve sempre ao equilíbrio dos movimentos, à atuação e ritmo quase sempre desenvolvido nos compassos Binário e Ternário.

Pertencendo inicialmente à classe aristocrática, a quadrilha começou porém a se popularizar. Sua aceitação invadiu a zona rural apresentando grande identidade com os festejos juninos.

Se na classe aristocrática a quadrilha era a parte mais alta nos festejos dos casamentos quando os noivos eram os dançantes mais importantes, ao se popularizar ganhou noivos de "mentira", para copiar uma festa que não era em essência sua, a começar pela língua que determinada pela voz do marcador, ordenava as mudanças na evolução da dança. Ainda restam algumas reminescências do francês como: o "balancê", o "anarriê" e o "anavantur".

Com a popularização das quadrilhas muita coisa mudou nos trajes, nos calçados, e no estilo marcado de dança.

Assimilada por todo o país, a quadrilha passou a sofrer as influências regionais, daí surgindo muitas variantes.
- Quadrilha Caipira: (São Paulo)
- Saruê (corruptela de soirée): (Brasil Central)
- Mana-Chica: (Rio de Janeiro)
- Quadrilha: (Sergipe)

Em Aracaju, nota-se uma extraordinária modificação na quadrilha. Consideramos que as mudanças podem ser identificadas como ocorrendo mais fortemente na:
- Coreografia;
- Trajes;
- Música.


As Músicas

Na quadrilha há um encadeado de passos, gestos, cores e movimentos. E como pano de fundo dessa mudança, a música é fundamental.

De início o compasso binário determinava a cadência da quadrilha que, influenciada pelas danças rurais da Normandia e Inglaterra, passou depois para os salões da Franca no século XVIII, e entrando no Brasil no século XIX.

De lá para cá, muitas alterações.

Outros ritmos foram se incorporando, o que de certo modo é normal.


As Comidas

QUE CHEIRO GOSTOSO . . .

No período dos Festejos Juninos há um cheiro gostoso no ar, que no Nordeste é irresistível. Ele vem da comida junina quase toda ela à base do milho, plantado geralmente no dia de São José, 19 de março, como manda a tradição, permitindo que em junho esteja na mesa de todos, transformado em pamonha, bolo, canjica, mugunzá, pipoca, manauê, ou ainda cozido ou assado na brasa da fogueira.

O milho é o responsável por quase toda a culinária que no período junino completa a alegria dos festejos. O seu preparo em conjunto com outros elementos como coco, sal, canela, cravo, açúcar e leite, enche o ar de um aroma inconfundível que complementa a alegria da dança, dos fogos e da sanfona gemendo o fole num forró animado.

Não custa nada experimentar para acertar a fazer algumas receitas.